28 setembro 2006

DEMOCRACIA DE FINAL DE SEMANA

Esse fim de semana é a eleição e eu ainda não sei em quem eu vou votar pra deputado estadual. Minha namorada, que é cientista política, disse que isso não é lá muito importante (cuidado com o que você diz, meu amor, pode acabar na imprensa), ainda assim quero ter o cuidado de não votar em ninguém que eu considere um idiota completo. Não quero votar em nenhum comunista que tenha sobrevivido dos filmes de ação da década de oitenta, prefiro pensar que o Rambo acabou com todos eles. Também não quero votar em ninguém que seja muito empolgado em defender a moral e os bons costumes. Pastor evangélico? Piorou!

Meu candidato ideal é um cara bacana, que apoia a união civil entre homossexuais, a legalização do aborto, da eutanásia e tudo mais, mesmo que um deputado estadual não tenha, exatamente, influência nesse tipo de decisão. Acontece que quando eu, eventualmente, resolvo dar uma olhada na TV Câmara e vejo um caipira qualquer de terno falando alguma besteira, preciso ter certeza de que não votei nele. É porque quando eu vejo que existe uma pessoa desse tipo, eu ao menos tenho a segurança de saber que eu não colaborei em nada para a existência dela, se dependesse de mim, meus guardas a pegariam e a espancariam até a morte. Imagina só saber que eu sustento um desses com os meus impostos! Calamidade! Calamidade!

E a gente nunca lembra em quem votou pra esses cargos menores.

Enfim, meu conselho pra vocês é pra votarem com consciência! E pra não votarem nulo, já que tem bastante idiotas dessa vez que dependem de você (pessoa inteligente, já que lê esse blog) para NÃO subirem ao poder de novo! Só lembrem de votar em quem vocês acharem o melhor DESDE QUE não sejam comunistas, pastores evangélicos, moralistas, etc, etc, etc.

ONDE ESTÁ AQUELA PORCARIA DO INFERNO?!

Estou vivendo o inferno da burocracia que é fazer um inventário. O inventário é o documento que você precisa fazer sempre que alguém morre pra passar as coisas para os devidos herdiros. Hoje, estou passando por um detalhe especialmente infernal.

Depois de passar horas em cima dos documentos do meu falecido pai e não encontrar a porcaria do recibo do carro eu estou me sentindo um pedaço de lixo. Não, não estou me culpando por não procurar direito ou qualquer coisa, eu simplesmente procurei em toda parte, mas o maldito papel não existe. Vou precisar do maldito papel infernal pra passar o meu carro pro meu nome para que o meu carro passe a ser o meu carro.

Tudo bem, não dá pra ficar bravo com o fato de que a lei brasileira não aceite tão bem quanto meus amigos aceitam que o meu carro é o meu carro, mas agora eu fico, sim, muito possesso com o detalhe de que eu tenho a nota fiscal da compra do carro do meu pai - um pedaço de papel aceito pela lei brasileira atestando que ele, e ninguém mais comprou o carro em um determinado lugar; tenho também a documentação do carro (aquela que o guarda pede) - outro pedaço de papel, aceito pela lei brasileira, atestando que ele, e ninguém mais, era o dono do carro. Caralho! Esse povo tá realmente curtindo com a minha cara.

Tudo isso me faz lembrar como nada me deixa mais frustrado e revoltado que não encontrar alguma coisa. Mesmo sabendo que não fui eu que perdi, a frustração é violenta. Eu armo o maior barraco. Grito, choro, quebro as coisas, igualzinho nas novelas da globo.

- Eu não acredito que Rogério-Rodrigo me trocou por aquela lambisgóia!

oh bollocks!

25 setembro 2006

EXISTENCIALISMO NO CHUVEIRO

Se uma árvore cai no meio da floresta sem ninguém jamais ter visto, ela realmente caiu? Mas se ninguém viu, como diabos é que eu estou falando isso? Estaria eu mentindo?

Não, agora é sério. Lembrei desse detestável clichê de rodas de dinâmica de grupo pra trazer à tona um assunto que muito me intriga. O banho aos domingos.

J. L. Moreno dizia que todo papel que o ser humano exerce é um papel social que conta com um contra-papel. Ou seja, se você é policial, você só o é por existir um ladrão; se é um pai, é porque tem um filho, se você é um compositor de hinos nacionais (como eu) é porque existem estados organizados. É aquela velha história, só sabemos que existe um dia porque existe uma noite e blá, blá, blá...

Se você é um "tomador de banhos", é porque, naturalmente, existem "avalistas de tomadores de banhos" ou "cheiradores de pessoas", enfim, chame do que quiser. Mas a idéia é, se você está sozinho numa floresta sem ninguém pra te ver, você precisa MESMO tomar banho? Ainda mais se for domingo?

23 setembro 2006

TEMPO PARCIALMENTE NUBLADO COM CHUVAS ESPARSAS

Hoje eu acordei deprê. Tudo o que eu queria era assistir um filme com a minha namorada debaixo de um cobertor. Acontece que a minha namorada está em outra cidade fazendo prova de auto-escola, meu winamp começou a dar pau na hora de tocar vídeos e está quente demais pra entrar debaixo de um cobertor. Aprendi na faculdade que as pessoas deprimidas ficam muito exigentes quanto aos seus requisitos para ficarem felizes. Enfim, pro diabo!

Ontem em Pirenópolis eu encontrei com uma porção de amigos, mas na horada de falar com eles tinha a clara impressão de estar tentando decolar com um boeing 737 numa pista de 50 metros. Minha energia não bastava pra eu sair do meu pequeno casulo pessoal. Também encontrei outros amigos que eu não via a milhares de anos, uns colegas da faculdade que nunca tinham me visto de cabelo grande. Interessante. Interessante é a palavra, algo como ver uma espécie de gnu de hábitos incomuns no Animal Planet, mas nada além disso. Encontrar amigos que você não vê a várias eras geológicas é assim. Você se empolga violentamente por meio segundo e depois cai na real de saber que não tem praticamente nada pra dizer pra aquela pessoa. Daí você vive um luto relâmpago de "é isso?", "acabou?", "todos aqueles momentos felizes?". Mas enfim, vocês, velhos amigos, foram fantásticos, espero que algum dia nos matriculemos em algum curso de dança de salão juntos para voltarmos a ter algum assunto em comum.

- Nossa, eu achei o foxtrot bem mais difícil que a valsa, você não achou não?

- Ah, pra mim foi tudo basicamente a mesma coisa, mas o tango...

Agora o show...

Não vou falar uma palavra do show. Gosto não se discute. Digamos que minha opinião sobre o show foi PLOFT. Cada um de vocês vai encontrar dentro de seus corações o significado pra PLOFT que mais os satisfaça.

PLOFT!
ULTRASSONOGRAFIA

É, gente, como eu disse certa vez em uma de minhas canções: "uns gostam de carne, outros gostam de frango".

22 setembro 2006

VOCÊS TÊM O DIREITO DE PERMANECEREM CALADOS

Estou a poucos minutos de dar certeza pro meu amigo se eu vou mesmo pra Pirenópolis com ele pro tal do Canto da Primavera (TM).

Descobri agora pouco que o show da noite vai ser o do Nando Reis. Céus, isso torna tudo mais difícil. Suportar o Nando Reis E a abstinência alcoólica em nome da companhia dos meus amigos praticamente os deixa responsáveis por dar o melhor de si pra fazer dessa noite a melhor noite da minha vida.

Quando eu ouço esse pessoal do rock brazuca oitentista fazendo músicas hoje em dia, eu sempre tenho a impressão que o processo criativo foi duro e travado, do tipo "caramba, cara, nós precisamos fazer DEZ MÚSICAS! Tá no contrato, TOCA ALGUMA COISA AÍ, PORRA!".

Não sei o que é pior, os Titãs na idade contemporânea (metade da década de noventa pra frente) ou os Titãs em carreira solo. Na verdade a resposta pra isso é que tudo é uma bosta, só que cada um a seu modo. O Arnaldo Antunes já perdeu totalmente o rumo de casa com suas livres assossiações de palavras pra fazer músicas. Mas confesso que ele é um marqueteiro genial em descobrir que poesia concreta é uma ótima maneira de fazer as pessoas mais burras que você acreditar que estão ouvindo algo inteligente.

O Nando Reis... Ai, meu Deus, aquelas músicas moles, com aquele violãozinho hippie eu até conseguiria, com um relativo esforço, fingir que não tem nada tocando, mas quando ele resolveu trazer aqueles hare krishnas pro estúdio pra encher o buraco do refrão eu me senti, de fato, compelido a ligar pro manicômio! Aquilo é muito feio, muito muito feio! Menino mau! Já pro quarto pensar no que você fez!!

Não adianta, pessoal, vocês estão velhos, ultrapassados, vocês são um bando de tios da sukita, então vamos tornar isso mais fácil pra todo mundo, larguem os instrumentos e saiam com as mãos para cima!
FRASE PRA PENSAR EM CASA

Um palhaço nada mais é que um hippie colorido artificialmente.

21 setembro 2006

DIVAGAÇÃO CHATA - NÃO LEIAM!

Pois é, pessoal, mais um fim de semana se aproximando e o papo é sempre o mesmo pro meu lado: "e então, Francis, e o fim de semana?", tipo, meus amigos do grupo A estão empolgados com o Canto da Primavera em Pirenópolis, meus amigos do grupo B vão no Vaca Amarela em Goiânia. Eles estão felizes, animados, dando pulos porque a vão deixar seus patrões e professores pra fazer aquela coisinha que eu não posso mais fazer até caírem no chão. O que dizer? devo eu esconder o amarelo do meu sorriso de "e daí?" e fingir que eu estou super empolgado pra quaisquer das atividades disponíveis no meu éfe dê ésse que tanto promete ou falar a verdade? Devo dizer pra eles que a vida agora é um filme em preto e branco pois você nunca pode se divertir o suficiente sem uma devida dose de álcool? Bom, a verdade é que todo mundo sempre disse que eu sou um péssimo ator no teatro do dia-a-dia e todo mundo sempre sabe quando eu não to legal com alguma coisa.

Como sempre, a escolha é uma réles ilusão.

Mas será verdade? Será que a vida sem álcool é mesmo só uma sombra de tudo que há de divertido nos momentos embreagados da vida?

Será que a vida acabou pra mim?

Bom, mas suicídio não faz mais o meu gênero, minha época de gótico passou a muito tempo, hoje eu sou estiloso e charmosão e tenho alternativas mais supermodernas...

...quem sabe virar um supervilão e derreter as calotas polares da terra afogando todo mundo que, ao contrário de mim, pode beber! Só que dessa vez, na água que passarinho BEBE!

mwa HA HA HA HAAAAAA

hum....

...pássaros não bebem água salgada. Droga!

20 setembro 2006

APOLOGIA AO SUICÍDIO

Já pararam pra pensar que, apesar do controle de natalidade chinês, lá provavelmente nasce um pirralho a cada cinco segundos?

Eu estava me lembrando de um troço que um amigo meu me mostrou falando de como o maior problema da raça humana é o fato da gente morrer pouco. Sim, parece estranho, mas pensem bem, a natureza tem um grande controle quanto a mortalidade de todas as outras espécies, menos da nossa, homo sapiens. Quando acaba a comida em algum lugar selvagem, a população de Ursos-Coruja da Polinésia (ou qualquer outro bicho que vocês consigam imaginar) eles simplesmente morrem. Agora pensa no homem. Quando a comida do Homo sapiens acaba, ele simplesmente vai ao supermercado e compra mais. Até se Homo sapiens estiver sem grana, ele ainda pode parcelar no cartão, comer no Restaurante Cidadão ou mesmo na sopa beneficente que a minha mãe faz às segundas. Tipo, nem que o animal em questão tenha que revirar o lixo, sempre tem alguma coisa pra mantê-lo vivo. Tipo, todo mundo acha isso lindo, mas não é! É uma calamidade de proporções monstruosas! A gente vai fazendo as plantaçõezinhas aqui e ali, um latifúndio aqui e ali, criamos gado de todo tipo, de todos os jeitos e quando vê, acabou o planeta! Oh meu Deus! E agora? Não tem mais lugar! Rápido, precisamos colonizar Marte!

Não duvido nada que no futuro a gente saia por aí exterminando populações inocentes de eventuais planetas no cosmos pra fazer plantações e criar gado. E eu aposto que nem sequer teremos a decência de perguntar se as vacas se importam de viajar pelo universo!

MÉR MÊNS

Conversando com a minha vizinha pelo messenger eis que a mesma me recorda de um fato perdido nas memórias da minha (traumática) adolescência: Eu gosto de Marily Manson. Resolvi baixar algumas músicas e por o meu anticristo interior pra sambar.

Vocês já perceberam que todos os integrantes do conjunto musical em questão tem o primeiro nome de uma gostosona das antigas e o sobrenome de um serial killer? Pois é, Marilyn Manson, Twiggy Ramirez, Madonna Wayne Gacy... daí eu fiquei pensando, , imagina a versão brazuca disso...

...Hebe Picadinho?

Não é a toa que eu detesto rock nacional!

AONDE FOI PARAR A MINHA SENHORIA?

Esses dias eu resolvi tirar a poeira do meu diploma de psicólogo e trabalhar. Ou pelo menos tentar trabalhar, já que arrumar clientes não é brincadeira. Lá fui eu me aventurar por Goiânia rumo à sede do glorioso CRP (Cê Erre Pê). Tudo normal, documentos, taxa de cento e setenta e cinco mangos, diploma, ok. A surpresa foi na hora de perguntar quando a carteirinha em questão ficaria pronta. "Bom, meu senhor, você tem que entrar periodicamente no site pra confirmar a data da cerimônia de entrega da carteira profissional de psicólogo".

Na hora, por alguma razão, a imagem de bailarinas de oito anos dançando me veio à cabeça

Acho que não consegui disfarçar a cara de espanto. Não, não disfarcei, nem mesmo tentei. A verdade foi que soltei uma risada na mesma hora. Tipo, como assim CERIMÔNIA DE ENTREGA DA CARTEIRA? Logo pensei que isso só poderia ter sido idéia de algum advogado. Aliás, se o mundo fosse governado por advogados haveria cerimônia de entrega até de compras de supermercado. É impressionante como uma classe pode ser assim tão arcaica por natureza. A tal da linguagem jurídica com toda aquela pompa sempre me deixa bestificado. Mas eu até os admiro por saber distinguir a hora de se usar "Vossa Excelência" e "Vossa Senhoria".
NU FRONTAL

"Minha vida é um filme" não só seria um tremendo de um clichê como também seria uma mentira deslavada. Minha vida não é um filme. Hum... Talvez um filme de arte. Bom, mas eu odeio filmes de arte, tipo, não preciso fingir que sou inteligente, prefiro fingir que sou bonito, pois se as pessoas se decepcionarem com a minha aparência, pelo menos elas farão um grande esforço para achar inteligência nas coisas que eu falo.

A questão é: eu realmente gostaria que a minha vida fosse um filme, e um filme de Hollywood! De preferência algo entre Superman e Indiana Jones (inclusive o tema de Indy é o toque do meu celular). Sabe, eu fui criado por um norte-americano, acho que ficou um pouco daquela idéia de eu ter que ser o melhor. Meu pai queria que eu fosse bom nos esportes, mas já decepcionei ele desde cedo. Acabou que eu fiquei com a sensação que eu precisava chamar atenção, precisava entrar "pondo moral". Ser qualquer um não é pra mim. Acontece que o caminho para o heroísmo, e mais especificamente para o super heroísmo é bem complicado. Quando você tenta ser super em alguma coisa e tropeça, acaba sendo super ridículo. Bom, mas esse sou eu, não tenho alternativa. Acho que para os momentos em que minha vida não é um filme de ação, minha vida acaba sendo sem graça, bem como o título desse negócio, como um filme pornô sem sexo.

Isso me faz lembrar que uma das metas da minha vida era ficar bem pelado.

Eu não fico muito bem.