18 abril 2007

SOBRE A PSEUDO-INTELECTUALIDADE

Não tem jeito, toda época tem seu zeitgeist, sua configuração básica, seu jeitinho de pensar. As pessoas se dividem naquelas que não tem a menor idéia do que está acontecendo em sua época, naquelas que sabem muito bem o que acontece e naquelas que acham o máximo saber o que acontece, mas que na verdade, têm só uma vaga noção, mas compensam o resto falando pra caramba sobre assuntos que não tem, muitas vezes, a menor noção. A esse último damos o nome de Pseudo-Intelectuais.

O pseudo-conhecimento é a "roupa" do conhecimento. É a manifestação mais externa e superficial de um conhecimento. É a parte que retém a menor importância mas a maior parte da impressão que o tal conhecimento passa. São as frases de efeito que nem sempre fazem sentido sem um conhecimento mais profundo, mas que ainda assim causam o maior efeito numa mesa de boteco (para as pessoas menos inteligentes, naturalmente).

Épocas como os anos 2000 são abarrotadas de pseudo-intelectuais. Aquele povinho que preferiu substiuir o status de "banana" pelo de "cult". Aquele aluno mediano, ou o super CDF que descobre o vazio que se sente depois de obedecer todas as regras e não ganhar nada por isso além de uma estrelinha de bom aluno. Pseudo-intelectuais se acham muito refinados para o rock, muito adultos para a rebeldia. Posam de blazé demais pra dar risada e adoram qualquer coisa que o Neil Gainman escreva, mesmo quando é uma bosta.

Mas pseudo-intelectuais são legais porque criam um mercado consumidor que pode ser extremamente útil para pessoas realmente inteligentes. Pseudo intelectuais lêem livros e fazem com que novas edições sejam impressas. Naturalmente que há aqueles que se contentam em saber o nome dos autores e alguma coisa sobre eles, mas uma vez na vida eles compram alguma coisa.

Pseudo intelectuais também freqüentam lugares alternativos impedindo que eles fechem, fazendo com que as pessoas inteligentes tenham que beber em lugares freqüentados por playboys e patricinhas.

Enfim, pseudo-intelectuais são como aquelas pessoinhas que ficam no fundo das fases de Street Fighter, que apesar de terem só dois ou três quadros de animação, caracterizam a fase.

...E como dizia Nietzsche: "Os fins justificam os meios" (ou seria Voltaire?)

8 comentários:

Lana R. disse...

hahahaha

vc tirou palavras de minha boca.

nunca pensei nessa função fundamental dos pseudo. talvez eles também sirvam para os verdadeiros intelectuais não ficarem tão 'deslocados', e ao invés disso pareçam 'descolados', e morram de raiva.

mas pra tudo há um preço. =P


Bjo, Chúchúúúúú

Anônimo disse...

e como drummond falava... o plano das idéias!
HIuaiuahiauhaiua
isso realmente teve
efeito em uma certa mesa de buteco, mas nao positivo.
mas nao vamos falar mal dos outros ne? papai do ceu nao gosta!!!

bju

Anônimo disse...

Muito bom o texto çAnfris, viva a carne culta!

Anônimo disse...

a frase é do maquiavel. ah, o google, para nós, pseudos... gostei do texto, concordo em gênero, número e grau do teor alcoólico.

Daniel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel disse...

"toda época tem seu zeitgeist" é um pleonasmo, seu churros!

Francis J. Leech disse...

hum... preciso pensar a respeito.

Anônimo disse...

AHAHAHAHA
Falar de pseudo-intelectualidade sendo um pseudo...
Sua crítica soou como um discurso dos que você criticou.
Principalmente pelo erro absurdo de falar que a frase era de Nietzsche, e ainda ficou na dúvida com Voltaire... Só faltou falar que era de Jesus Cristo ou Gandhi, AHAHAHA.
Para finalizar cito a frase de um grande mestre e pode conferir no Deus Google: "Deve-se falar somente quando não se pode calar; e falar somente daquilo que se superou." Duas lições que você deveria aprender...
Vamos ver se tem coragem de aceitar críticas quando pensar em deletar esse comentário.