15 novembro 2006

REENCARNAÇÃO

voltou! eu nem acredito! meu blog está de volta pra mim! (e pra vocês, naturalmente). Bom, ele voltou sem contador e sem links, mas tudo bem, eu vou lentamente reconstruí-lo na medida em que vocês deixarem os links de seus blogs.

Na vida, ao contrário de em um blog, não temos a oportunidade de recomeçar. Ou pelo menos assim espero. Tem quem acredite em re-encarnação, mas confesso que é uma hipótese que torço com força para que seja falsa. Fico pensando em todas as coisas ruins que já vivi na minha vida filme. Já pararam pra pensar na tragédia que não seria voltar pra escola, desde o jardim da infância até o terceiro ano?! Tipo, ser escolhido por último para os times, ser humilhado pelo professor de educação física, passar pela pré adolescência e descobrir que sua cotação com as meninas da sala vai de mal a pior?

Já imaginaram ter que zerar o seu progresso psíquico na terapia? Oh, céus!

Na minha vida, particularmente, eu tive que re-engordar pra re-emagrecer uma porção de vezes. Isso deve ter sido ainda mais frustrante para a consciência da minha encarnação passada que foi pra mim. Mil perdões, Sr. Antepassado Encarnal! Prometo que da próxima vez vou encarnar como uma pedra ou um cachorro, mas um cachorro de um mendigo, não um cachorro de madame. Esses tem uma vida muito sofrida, respondendo às expectativas da triste vida de uma senhora solitária!

Quem mandou ela re-encarnar como uma socialite mal amada! Morra, velha idiota!

14 novembro 2006

MINHA VIDA FILME DOIS

Meu blog foi obscurecido por forças ocultas. Não sei o que dizer com isso. Seria má sorte? Seria produto da ação de hackers desafetos? Seria um sinal do fim dos tempos?

Não importa. O importante é que, se vocês podem ler essa mensagem agora, tudo voltou ao normal e não terei que mudar essa budega de lugar. Mesmo porque...

Para onde eu iria?

Eu não nenhum lugar pra ir. Sou um ébrio num mundo que não criei. ALiás, eu criei sim, quero dizer... não, na verdade eu não sou ébrio porra nenhuma! eu parei de beber. Agora eu só fico tonto de sono e, como eu não trabalho, se tenho sono, durmo.

Enfim. Nada a acrescentar nesse post tolo!

O importante é que eu tenho vocês de volta, queridos leitores!

09 novembro 2006

RETICÊNCIAS

Hoje eu me auto atendi usando o bloco de notas. Fui escrevendo a minha queixa e desenvolvendo-a. Daí quando eu ficava meio perdido, imaginava o que a minha psicóloga iria dizer. E fiz tudo em inglês, não sei direito o porquê, talvez porque eu já tenha feito isso antes. Quando eu desabafo textualmente costuma ser na língua do tio sam. Daí meio que ficou condicionado na minha cabeça que digitar falando comigo mesmo em inglês significa auto-terapia. Bom. Funcionou que foi uma beleza. Talvez isso me mantenha são pelas próximas duas semanas.

06 novembro 2006

THERE'S A HOLE IN MY SOUL

Um buraco é uma porção de vazio cercado de alguma coisa por todos os lados, menos um. Fazer drama seria dizer que daqui a algumas semanas vou ter algo em comum com os buracos: uma certa porção de vazio. O motivo é que a minha psicoterapeuta vai pra um curso em Brasília e para tal me abandonará aos fantasmas do inconsciente sem nenhuma espécie de suporte.

Mas eu não estou fazendo drama!

Na verdade eu posso viver muito bem sem terapia (por duas semanas), não preciso rever minhas experiências metodicamente pra poder seguir com meus atos sem por os pés pelas mãos (por duas semanas). Tampouco preciso dividir meus anseios mais constrangedores com uma pessoa que tem um contrato de sigilo de forma a não ser julgado por isso (por duas semanas).

Bom, não sei como eu vou estar depois dessas duas semanas, mas o ponto é que por duas semanas eu posso ser o que a maior parte das pessoas acha que pode ser a vida toda: auto-suficiente.

04 novembro 2006

AS MÁQUINAS ESTÃO DOMINANDO O MEU MUNDO

Minha psicóloga faz uma porção de truques realmente bacanas no consultório. Ela me impressiona demais como profissional, na verdade é uma das melhores que eu já vi atuando de perto. Sendo assim, na sessão passada, pedi algumas referências bibliográficas para que eu conseguisse ser igual a ela quando crescer.

Ela fez melhor que isso, se dispôs a me emprestar os livros pra eu já ir lendo. Ela tem um certo interesse nisso também por ter um projeto de atendimento a pessoas de baixa renda do qual eu estou prestes a participar dando um primeiro sentido ao meu empoeirado diploma.

O livro em questão é Sociodrama Familiar Sistêmico, de Maria Rita d'Angelo Seixas.

O grande problema é que meu atual grau de vício em computador fez com que até agora, o título do livro e o autor sejam as únicas coisas que eu sei sobre ele. O que é muito mau, já que eu, supostamente, deveria ter algo pra comentar sobre minha leitura na minha próxima sessão de terapia.

Todo dia eu falo que vou ler alguma coisa e acabo é desenhando mais alguns quadrinhos do Vingador Esverdeado ou postando no blog, ou conversando no messenger, ou baixando algum filme, ou série, ou assistindo algum filme ou série que eu baixei. Enfim, eu sempre arranjo um motivo pra não ler a porcaria do livro.

Quando não estou no computador, estou na rua com alguém.

Mas não se preocupem, legião de leitores! Hei de conseguir assimilar ao menos um capítulo antes da minha próxima sessão ou juro que como o meu chapéu!
ORÁCULO DO ORKUT

Você tÊm a sensação de que os códigos de confirmação de páginas de internet estão tentando te dizer alguma coisa? Você tem a impressão de que uma placa de um carro que reparou por acaso está tentando te lembrar de alguma coisa? Você acha que há padrões programados no cosmos definindo detalhes que complementam a sua vida?

Meus parabéns! VocÊ é paranóico!

Mas sério mesmo. Os códigos de confirmação do orkut me deixam maluco. Eles sempre tem palavrinhas estranhas, que ficam lá, olhando pra gente, como se fossem alguma mensagem do além. Sempre olho pra elas como se eu estivesse quase lembrando de um detalhe que possa fazer uma grande diferença na minha vida.

Agora mesmo o orkut me disse:

untapa

...

Pode ser um oráculo fascinante se alguém pensar em como interpretá-lo.

02 novembro 2006

É UM PÁSSARO? É UM AVIÃO?

Hoje eu assisti Superman Returns pela segunda vez. A primeira foi no cinema, carregado de expectativas, sendo que a volta do homem de aço foi pra mim como a volta de Jesus para os cristãos. Assistir hoje à tarde só pra passar o tempo fez com que eu me divertisse muito. Não é um Homem-Aranha 2, nem um X-men 2, mas é um bom filme.

Desde criança sempre fui aficcionado por super-heróis, acho até que já mencionei isso por aqui. Os super-heróis estão acima do bem e do mal, com sua moral inabalável e são admirados por todos, com excessão, naturalmente dos super-vilões. Estes, porém tornam a existência dos super-heróis necessária, são o complemento natural da necessidade do mundo de contar com seres fantásticos para traçar o destino da humanidade.

Ser um super-herói deve ser do caralho. Deve ser melhor que ser uma celebridade. Celebridades vêm e vão, baseados nas flutuações de suas popularidades no mercado. Como os super seres salvam as pessoas, eles têm sempre crédito. Não são como a madonna ou a Britney Spears, eles vêm quando é necessário e fazem o que têm de fazer. São um braço visível do destino nas vidas das pessoas comuns. Deuses que andam por entre as pessoas...

Tá bom! Pode parar, Francis! Super-heróis NÃO EXISTEM. Eu queria muito, mas muito mesmo que eles existissem, mas o fato é que simplesmente não é assim. Cristopher Reeve nunca voou de verdade e Brandon Routh (o novo super-homem) tampouco, mesmo com toda a tecnologia de hoje. Tudo aquilo é só COMPUTAÇÃO GRÁFICA!

Gente, como vocês lÊem essa porcaria? Eu sou muito maluco e neurótico! Que bom que eu comecei a fazer terapia.

E feliz dia de finados pra vocês, Brasil!

31 outubro 2006

A CIÊNCIA E A ARTE DE FICAR PARADO

Quando se vive sem trabalhar, o instinto natural do organismo (ou pelo menos do meu organismo) é de dormir às cinco da manhã e acrodar às duas da tarde. Acho que a coisa progride pra cada vez mais tarde até dar a volta no ciclo do dia. Acho que chegaria um momento que eu dormiria ao meio dia pra acordar à meia noite e assim por diante até chegar no momento inicial aonde eu dormiria à meia noite pra acordar às oito.

Infelizmente as pessoas que vivem com a gente, no caso a minha mãe, acabam criando uma resistência natural a tais hábitos de vigília e sono alternativos. É natural, acredito que aconteça na maioria dos grupos sociais aonde haja um homo inlaboralis como eu. É por essa razão que passei a usar de um artifício chamado despertador para tentar impedir que minha querida mamãe pense algo de mim além de "como é lindo o meu filho querido".

Quando se vive sem trabalhar, é comum que os organismos ao seu redor desenvolvam uma intolerância natural ao seus hábitos, ou melhor, à sua falta de hábitos, já que a repetição é uma inimiga natural do bom equilíbrio bio-psico-social. Sendo assim, tentar agradá-los passa a se tornar uma espécie de trabalho.

Meu trabalho é acordar e mostrar pra minha mãe como a vida é bela e como ela é feliz por ter um filho tão querido que fica vinte e quatro horas com ela, como na época em que eu era só um bebê, pois afinal de contas, eu adoro minha mãe! Ela merece minha agradabilíssima companhia!

30 outubro 2006

ENTOMOFOBIA

Anteontem uma barata voadora subitamente invadiu a privacidade de meu quarto alarmando-em de forma assaz desconfortável. Como eu sempre tenho uma lata de insetscida ao alcance das mãos no meu quarto, pude deixá-la tonta o suficiente pra acertá-la em seguida com um sapato.

Ela morreu e eu sobrevivi.

Uma barata não pode realmente matar uma pessoa adulta. Mas uma fobia grave pode nos deixar à beira de um ataque de nervos.

Apesar de meu medo de baratas prevalescer, não tenho certeza se o termo "fobia" ainda pode se aplicar a ele. Quando cheguei de São Paulo, aonde morava no décimo segundo andar de um prédio, longe de insetos e pragas, a presença de uma imensa barata de esgoto na minha casa era motivo pra gritaria e para que eu fugisse na mesma hora com o intuito de chamar alguém menos maricas para exterminá-la.

Como o aparecimento de gigantescas baratas de esgoto na minha casa é algo um tanto quanto freqüente, fui suscessivamente dessensibilizando a minha fobia a ponto de conseguir matar baratas sem o auxílio de ninguém. Apenas eu e ela, sozinhos, como Rocky Balboa e Ivan Drago no ringue.

A questão é...

Bom...

Eu acho que...

A questão é que não há questão nenhuma. Não tem moral da história, não tem nada.

É engraçado que quando eu comecei a escrever este post, sentia intuitivamente que haveria alguma grande metáfora a ser transmitida além do fato literal de eu ter perdido grande parte do meu medo de baratas.

Eu estava errado.

Hum...

Que silêncio desconfortável.

Enfim. As baratas são os insetos rasteiros mais velozes da natureza. Se você borrifar um pouco de insetscida antes, as chances de que ela fuja de uma sapatada e desapareçam debaixo do armário diminuem consideravelmente, então tenham sempre uma lata de insetscida ao alcance!

29 outubro 2006

O BRASIL PERDEU OUTRA VEZ

Eu estou revoltado! O Brasil mostrou novamente que não é o país no qual eu deveria ter nascido elegendo essa porcaria de torneiro mecânico ególatra outra vez!

Tem uma coisa que eu espero, que alguém puxe o tapete dele e a justiça seja feita nesse país, já que pelo que tudo indica, o brasileiro só se preocupa com as aparências. Você pode roubar desde que fale errado e tenha sido pobre um dia pra que todos vejam que o presidente é "gente como a gente".

Isso só é mais uma prova de que a corrupção não é um problema externo ao nosso país, algo que "os políticos safados de brasília" fazem e apenas por isso continuamos sendo um país pobre e subdesenvolvido, mas sim um problema da nossa cultura como um todo. Para o brasileiro, dar um jeitinho, fazer pequenas contravenções é algo totalmente aceitável e até glamouroso, portanto desde que o presidente se mostre um "herói do povo" ele pode passar em cima das regras, da constituição quantas vezes quiser, já que pelo jeito, ninguém aqui dá a mínima pra isso. O que significa que por aqui ninguém dá a mínima pra democracia!

O Brasil me deprime pessoal, não falo mais nada!

26 outubro 2006

DIVAGAÇÃO CAFONA (não é engraçado)

Faz mais ou menos um mês que a minha cachorra ficou cega. Ela é um cocker spaniel e cockers costumam ter problemas de visão quando chegam em idade avançada por causa do excesso de pele que fica flácida e vai se dobrando sobre os olhos, irritando-os repetidamente. A questão é que depois da Tica ficar cega, não posso mais confiar em deixá-la sair sozinha, pra ela ir passear, preciso ir junto.

Nesses últimos dias o tempo nublado foi quase tudo o que se conseguiu do clima na minha cidade, o que por sinal me deixa bastante de mau humor.

Minha mãe me pediu várias vezes então pra que eu levasse a Tica pra passear, mas o tempo nublado e seu correlato psíquico no meu humor geral impediram que tal pedido fosse atendido.

Foi então que eu parei pra pensar: minha cachorra é cega. Exceto pelos momentos em que está chovendo, não existe tempo ruim pra ela. Ou então não existe tempo bom. O clima em si torna-se subjetivo. Se vai fazer tempo nublado ou se vai fazer sol, se será um dia tempestuoso ou um lindo dia, tudo depende do que passa em sua cabeça.

Pra nós não é muito diferente, na medida em que nos distanciamos da realidade objetiva, da realidade prática dos acontecimentos físicos, mais nos aproximamos de nós mesmos e mais estamos sujeitos às variações do nosso clima interno, da nossa meteorologia psíquica. Alguns constróem grandes abrigos por fora e se preparam pra quase tudo o que a natureza possa nos reservar, mas não necessariamente se preparam para as grandes tempestades da alma. Pessoas como eu dormem ao relento mas se preparam para verdadeiros furacões interiores. Não é dizer, é claro, que isso seja o jeito certo de se agir. Não existe um jeito certo. Tudo traz suas conseqüencias boas e ruins.

E pensar que eu poderia ter levado a Tica pra passear em vez de escrever esse texto.

Talvez eu possa fazer as duas coisas. Não sejamos tão radicais, não é mesmo?


P.S.: eu falei que não era engraçado, mas ninguém me leva a sério!

25 outubro 2006

EVIL FRANCIS DE OUTRA DIMENSÃO

Ontem eu pensei em algo que seria muito bacana de ser comentado aqui nesse blog. Porém, após uma suscessão de acontecimentos quaisquer, eu me esqueci. Foi perdido para sempre, apagado da existência, soterrado na avalanche do esquecimento de um homem sem memória num mundo que não criou.

Fico pensando se o texto que eu teria escrito ontem poderia ser a mais brilhante expressão textual jamais expressa pelo homem.

Não, acho que não.

Mas, mesmo assim, o texto que eu poderia ter escrito ontem poderia ter me trazido à tona diversos questionamentos que poderiam alterar substancialmente os próximos acontecimentos da minha vida. Mas eu não o escrevi e me condenei a não passar mais do grupo de eventos "A" para o grupo de eventos "B". Também não existe nenhuma maneira de determinar qual seria o melhor para mim e para as pessoas que comigo convivem.

Se eu fosse gerente de recursos humanos concluiria esse texto com uma frase mais ou menos assim:

"a cada momento nos condenamos e nos presenteamos com uma nova vida de mudanças e transformações" (entre aspas pelo fato de eu estar parafraseando um Francis alternativo, que vive em uma dimensão paralela, e que faz dinâmicas de grupo com os possíveis futuros colaboradores de alguma indústria farmacêutica qualquer).

Mas eu não sou um gerente de recursos humanos! E se pudesse encontrar o tal francis (com letra minúscula! Falso ídolo!) eu o diria umas boas verdades a respeito da ideologia do consenso que reina no senso comum e suas semelhanças com o totalitarismo!

Bom, eu não acredito mesmo em possibilidades, acredito no destino. Afinal de contas, uma infinidade de eventos fizeram com que a condição de ter escrito o texto ontem sobre o que eu pensei algo completamente impossível. Apenas possível por eu desconhecer todas as variáveis envolvidas no processo. Mas, sei lá, acho que isso ia ficar muito grande pra falar nesse post, o que diminuiria a aceitação do mesmo.

Então, que se foda!

Se minha vida fosse um filme, ou melhor, uma série, daria um bom episódio: Francis contra o Evil Francis de outra dimensão!

22 outubro 2006

CONFRONTATION OF THE DARK MORBID FORCES OF HELL

Tem dias que a gente simplesmente não anima. No tempo da pinga, eu até ia pra qualquer canto e deixava o álcool anestesiar meu senso crítico. Agora eu, de fato, preciso de um estímulo extra pra deixar o conforto do meu lar e o meu querido computador-elétrico.

Poderia estar na matinê-metal que está rolando aqui na cidade. Não faço a menor idéia do nome do festival, mas o caso é que isso também não faz a menor diferença já que eu não gosto de metal mesmo.

Falando nisso, eu realmente tenho um ódio mortal pela mania que esse pessoal daqui tem de fazer shows de tarde. Eu saio à noite, chego às cinco da manhã em casa e acordo à uma da tarde. Daí vem esse pessoal e me diz que eu tenho que estar pronto às duas pra poder me divertir de novo? Caramba, isso parece trabalho! Aliás, a única diferença é que em vez de ter que aturar um chefe gordo e ignorante gritando na minha cabeça, eu tenho que agüentar é um cabeludo gritando no meio de uma barulheira de guitarras sem nexo sua interessantíssima opinião a respeito da grande batalha entre o céu e o inferno.

É, acho que vou ficar em casa mesmo!

19 outubro 2006

NA FAVELA PREVALECE A LEI DO CÃO

A moça que trabalha aqui em casa me pediu pra baixar alguns MP3 dos Racionais MCs pro filho dela que comprou recentemente um MP3 player. Acabou que o shuffle do winamp me fez ouvir as músicas que antes seriam apagadas assim que cumprissem sua função de rechear o aparelho eletrônico do menino. Confesso que estou impressionado.

Esses rappers acham que nós, que não moramos no gueto, passamos o dia inteiro comendo na frente da televisão, como se fôssemos alguma versão contextualizada dos industriários maus dos livros de Dickens. Naturalmente toda regra tem sua exceção: no RAP americano a temática evoluiu de protesto para a contemplação de glúteos femininos e relatos em primeira pessoa de seus respectivos bens e direitos.

Talvez por termos mais problemas sociais que os norte-americanos, no Brasil as coisas continuam como antigamente. O ilustre Mano Brown continua nos mostrando sua revolta com a dura realidade da periferia. E ele é bom nisso! Brown consegue ser tão incisivo e passional nos seus argumentos que eu, como bom canceriano, fico seriamente compelido a ir atrás dele e pedir as mais encarecidas desculpas por ser um 'branquinho do shopping' (apesar da minha pele amarronzada) e em seguida pedir por favor pra que ele não afogue a minha namorada na piscina.

- Ela não fez por mal, Sr. Brown, somos meros produtos desse sistema corrupto!

18 outubro 2006

DIÁLOGO

Ela: As pessoas são estranhas.

Eu: Não, as pessoas não são estranhas, os alienígenas sim são estranhos. Com aqueles tentáculos e tudo mais. Lulas gigantes também são estranhas, pela mesma razão.

(silêncio)

...E ela nunca ri das minhas piadas. Vou encarar como um desafio.
EXTRA! EXTRA!

Notícia bombástica! Acabei de ter a grande sacada da década sobre a minha própria vida! Se eu fosse um país, o insight que eu acabei de ter seria uma revolução que deixaria a própria revolução francesa no chinelo!

O assunto é o seguinte, depois de mais de um mês sem beber estou percebendo que o que antes parecia uma tragédia pode ser a minha salvação. Em 1997, quando fiz minha primeira terapia, eu passei a descobrir que poderia me socializar e me divertir com isso, e não só fazê-lo por necessidade, como uma forma de passar pelas pessoas sem que elas acabassem com a minha auto-estima. E isso foi ótimo! Fiz uma porção de amigos e até ir pra escola passou a ser menos penoso, quem sabe até divertido.

Infelizmente tudo acabou quando eu passei no vestibular. A mudança de ambiente fez com que todo o meu meio social, que era o que mais me dava suporte, ficasse pra traz e o baque de ser mais uma vez um estranho me desestabilizou. Foi nessa parte da minha vida que eu voltei a beber, e mais que isso, me fez aprender a beber como eu estava bebendo até recentemente. Não é que eu passei a beber mais ou menos, mas sim a relação que passei a estabelecer com o álcool, a partir daí, eu bebia para obter a satisfação que a vida não estava me dando. Eu bebia e ficava animado com o que viesse, mas não de uma forma autêntica, mas extremamente artificial.

Deste ponto em diante, minha vida foi estabelecendo uma relação aonde meus objetivos de vida passaram a ter um papel quase que secundário do lado da minha certeza de que tudo o que eu precisava era ir para um bar e pedir uma cerveja. Aquilo era minha válvula de escape, a válvula de escape de uma frustração que eu parei até mesmo de perceber. O problema é que, como eu costumo dizer, o ser humano tem os olhos na frente, o que significa que nós somos predadores, somos reforçados pela sensação de perseguir nosso objetivo, de caçá-lo e não apenas ficar pastando nossas metas como vacas em um pasto. E foi exatamente o que eu me tornei: uma vaca! A diferença é que em vez de capim, eu pastava cerveja. Infelizmente eu não sou um herbívoro e o conformismo não foi marcado no meu DNA.

Esse meu grande insight de banheiro começou a algumas semanas atrás quando eu me dei conta de que a vida era muito sem graça sem álcool justamente porque não era mais qualquer coisa que me poderia me animar, eu precisava buscar novos horizontes!

Não é a toa que eu quis matar o médico quando ele me falou que eu não poderia mais beber, como é que eu iria deixar uma pessoa jogar pra mim uma responsabilidade de me adaptar em uma mudança tão grande? De repente, em vez de matá-lo, eu tenho é vontade de lhe dar um abraço!

- Doutor, acho que o senhor salvou a minha vida!

E eu pensei nisso tudo cagando. Bom, a vida real pode ser muito poética, mas não necessariamente estética!
PINTURA À DEDO

fiz caminhada com as meninas, Lígia e Balbina. A internet continua ampliando mais e mais o meu circuito social. Isso é muito bom, principalmente levando em conta que a seis meses atrás eu só tinha meus velhos amigos e agora deve dar pra encher um estádio.

Peço desculpas pela falta de posts nesse meio de imprensa eletrônica, mas tudo tem um porquê. Sexta feira chegou aqui em casa a minha mesa digitalizadora nova em folha que eu comprei no mercado livre(tm). Pra quem não sabe, uma mesa digitalizadora (ou tablet) é uma placa de plástico que você liga na entrada USB enquanto movimenta uma caneta magnética por cima. Com essa caneta você controla o cursor que normalmente é movimentado pelo mouse. Como uma mesa digitalizadora tem muito mais precisão (acurácia e não necessidade) que um mouse, dá pra desenhar no PC como se este fosse um papel.

Confesso que esse foi o melhor brinquedo que eu comprei em muito tempo. Estou desenhando o tempo todo como não o fazia desde a infância, com a diferença que agora tenho todas as cores que o photoshop pode me oferecer só que sem a sujeira da tinta óleo, aquarela ou qualquer outra. Mais pra frente eu vou ver se animo de mostrar algumas das minhas produções por aqui.

17 outubro 2006

TÍTULO

Pessoas hipocondríacas se tornam médicos autodidatas. Bom, pelo menos eu estou me tornando um. Sempre tenho uma resposta pronta quando alguém reclama de algum tipo de dor ou sintoma simples. A questão é que eu não acredito na sabedoria popular e por isso nunca tomo um chazinho ou mastigo raíz de seja-lá-qual-for a planta. Acho que o povão, a choldra, a plebe não sabe nada e tem mais é que ficar calado em vez de dar pitaco onde não é chamado. Quando eu fico doente, como hoje, que acordei com uma dor de garganta galopante e uma gripe dos infernos eu faço o que considero o procedimento mais lógico: eu uso da ciência.

Antibiótico e anti-inflamatório. Antibióticos as 8:00 e às 20:00 horas e anti-inflamatórios às 8:00, 16:00 e 0:00.

Hoje também foi o dia de buscar remédios pra minha neuralgia. Descobri que o neurologista que os receitou realmente deve ser um fóbico social. Além de não olhar pra mim em momento algum na primeira consulta, ele também não fez questão de me ver antes de me dar mais receitas. Bom, saí no lucro, nem precisei passar meu cartão da unimed!

Mas por que eu estou falando essas coisas pra vocês? Hum... Talvez eu me sinta a vontade na presença de vocÊs, leitores. Devemos estar desenvolvendo algum tipo de intimidade. Por favor, me entendam, eu estou doente. Alguém aí me traz um chocolate quente?

15 outubro 2006

CINEMA, A SEXTA ARTE (SEXTA É CLARO, PORQUE A DANÇA NÃO CONTA)

Eu costumo comentar que não tenho muita paciência pra filmes de arte, filmes alternativos, etc. Mas esse fim de semana assisti "Uma Vida Iluminada" e acabei me divertindo muito. O filme é muito bacana, mostra um monte de excentricidades de um povo do leste europeu. Achei meio estranho que o filme é uma comédia nonsense até a metade e um drama na segunda metade, mesmo assim, é um bom filme, eu recomendo.

Nesse fim de semana parei pra pensar sobre o fato dos filmes Nerd gradualmente pararem de me agradar, com excessão, é claro, dos bons. Sim, porque houve um tempo em que qualquer coisa que tivesse alguém com superpoderes, ou com armas de raios no espaço me entreteria por horas. Bons tempos aqueles, porém hoje em dia, eu já estou até meio vacinado de tantas produções horríveis voltadas para o público "leite e biscoitos" a ponto de reconhecê-las pela capa do filme. Refinar seu gosto cinematográfico diminui a capacidade do homem de se divertir, sendo que obras primas do gênero, como Homem-Aranha 2 não são feitas todo dia.

Esses dias meu amigo Fabrício me contou que assistiu Supergirl essa semana e que o filme era uma porcaria. Eu fiquei com uma certa curiosidade de ver novamente, depois de adulto pra formular algum tipo de opinião, mas daí eu pensei melhor e decidi que não. Foi um dos filmes favoritos da minha infância nos anos oitenta e por essa razão acabei decidindo ficar com a minha saudosa memória em vez de substituí-la com um filme ridículo por via dos fatos.

Falando em filme ridículo, a regra para escapar de um filme ruim na locadora, seja qual for o gênero, é simples: sempre que o filme tem uma comparação na capa, ele é ruim. "Mais frenético que duro de matar!", "esqueça matrix", "tão eletrizante quanto madrugada dos mortos", esqueçam, puro caça níqueis, não aluguem!

13 outubro 2006

A PESTE NOTURNA

O vírus da gripe funciona da seguinte maneira. Você acorda meio resfriado, mas na medida em que a o dia vai aumentando a temperatura, você vai gradualmente ficando melhor até esquecer que já esteve doente. Você vive a sua vida, faz as suas coisas e especialmente numa sexta feira, você liga para os amigos e marca um esquema pra noite. Então quando a noite cai, a temperatura vai caindo e você vai voltando gradualmente a estar gripado ou resfriado. Tudo culmina com o momento em que você toma banho e molha o cabelo, quando percebe que de fato está doente demais pra sair de casa, então liga pros amigos e desmarca tudo.

E ainda dizem que a gripe e o resfriado não tem nada a ver com a temperatura. Se não for isso, o que é então? Será o vírus da gripe um microorganismo desenvolvido pelos puritanos dos estados unidos pra impedir que se tenha uma vida noturna?

Atchim!

11 outubro 2006

MUITO TRABALHO E POUCA DIVERSÃO...

Toda a minha vida é baseada na perseguição desesperada da diversão e do prazer. Às vezes eu abro mão de certos prazeres, como o de comer, por exemplo, para espantar a dor de olhar no espelho e ver que eu não pareço nem um pouco com os meus antigos personagens de RPG. Enfim, a condição humana é essa: procurar prazer, fugir da dor, simples assim. Eu me recuso a assumir os estereótipos da vida adulta porque os "adultos" (bem entre aspas mesmo) acabam por esquecer metade dessa condição. A maioria das pessoas deixam o prazer de lado e concentram quase todo o seu esforço em fugir da dor. Naturalmente que a culpa não é delas, desde criança as pessoas são condicionadas a dizer não a si mesmas pra escapar de alguma coisa pior que a falta da recompensa que é a chinelada. Na escola, deixamos de lado nosso entusiasmo com o mundo pra estudar coisas que nem entendemos, ou seja, nos conformamos com a derrota de saber que o nosso tempo não pertence a nós, mas a qualquer um que nos dite alguma regra.

É hora de voltar a essa infância perdida, de aprender um jeito adulto (sem aspas) de brincar. Não digo brincar do tipo distração, mas sim fazer alguma coisa, mostrar pro mundo que você é um indivíduo e não outra cópia saída da linha de montagem.

Façam como os gregos: vivam em torno de como serão lembrados depois de morrer. Isso é mais importante que as suas férias em ilhéus e o seu carro do ano! Evoluam!

10 outubro 2006

"I'M ONLY HAPPY WHEN IT RAINS"

Tenho um problema sério com dias nublados. Sempre que chega essa época do ano eu acabo ficando meio deprê, pelo menos até eu me acostumar com a idéia do céu cinzento. Eu me lembro que tem um daqueles países underground da Europa onde, apesar do excelente padrão de vida, a taxa de suicídios é altíssima. Fico me perguntando se a razão pra esses europeus ricos se suicidarem tanto possa ser a cor do céu, já que lá fica quase sempre nublado. Não lembro bem que país, acho que é um desses aí que fabrica queijo e/ou chocolate.

Que coisa, não é? Deve ser humilhante viver num país desses sabendo que ele compartilha do mesmo continente que nações como a Inglaterra ou a França. Pensem bem, quando as pessoas ouvem falar na Inglaterra, lembram que ela foi o berço da revolução industrial, que colonizou a américa, e que um dia já foi um dos maiores impérios que o mundo conheceu; quando ouvem falar da França, lembram da gloriosa revolução francesa: Sangue da nobreza opressora derramado em nome dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade; daí quando lembram do seu país, lembram de queijo e chocolate! Ah, fala sério! Tem mais é que suicidar mesmo!

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Não me sinto muito bem pra escrever hoje. Minhas costas estão doendo pelo excesso de tempo no computador. É incrível como a gente sente tudo doer por estar no computador e ainda assim permanece sentado na frente da máquina mágica. Eu olho para os lados e penso no que mais eu poderia fazer, na maior parte das vezes eu chego à conclusão de que não há nada melhor pra se fazer que ficar no computador às custas da dor física.

Para os católicos sofrer é uma coisa boa. Ainda que eu não seja cristão, qualquer coisa é motivo. A dor purifica o espírito e tudo e tal!

Sem computador hoje em dia, as pessoas morrem. Somos ciborgues: organismos vivos com suporte vital artificial. Eu mesmo devo checar só esse blog umas vinte vezes por dia atrás de comentários. Ainda assim existem aquelas pessoas que rejeitam as novidades tecnológicas, que dizem que tudo isso é supérfluo e que todos viviam muito bem sem celulares, sem acesso a internet. Eu contesto. Para mim essas pessoas são obsoletas, são coisa do passado. Vejo o passado como um rascunho improvisado do futuro, um croqui.

No passado tínhamos barreiras práticas à nossa imaginação, tínhamos que nos contentar com esperar, tínhamos que nos contentar com a sorte, com o acaso. O homem do futuro traça seus objetivos e os executa imediatamente. Não há tempo a perder, estamos muito ansiosos pra viver todas essas experiências. O homem do futuro não precisa de sorte, ele tem informação para prever o que antes chamávamos de acaso.

Esse homem do presente que vos fala está muito ansioso por carros voadores e esteiras rolantes.

Ai, minhas costas!

09 outubro 2006

O BICHO-HOMEM

Ontem fui ao zoológico. Aprendi que existem formas realmente baratas de se divertir quando se presta um pouco de atenção no mundo dos sóbrios, e eu digo barato mesmo, porque só custou quatro reais de entrada pra mim e pra minha namorada. Mas eu pergunto: a que preço? Acho o zoológico um lugar interessante porque adoro animais, mas ao mesmo tempo fico muito tocado pelo vazio no olhar deles, presos naquelas jaulinhas minúsculas passando a vida sem fazer nada além de comer.

Ainda que não exista ordem no caos e que a natureza seja, muitas vezes perversa, permitindo que surjam criaturas como nós que somos capazes de escravizar animais apenas por ter o poder para fazê-lo, isso tudo ainda me comove. Mas como esperar que as pessoas respeitem os animais sendo que nem nós mesmos somos respeitados nessa budega de país?

Acho que não deveríamos fazer experimentos com animais, sendo que temos uma porção de psicopatas bem tratados por aí, que por sinal, dariam cobaias bem melhores. Também acho que deveríamos usar nossa tecnologia em clonagem de tecidos pra fabricar nossa carne sem que ela tenha que sair de um animal vivo. Essas idéias podem parecer "nerd" demais pra muitos de vocês, contudo não esqueçam que nós nerds mudamos o mundo com a nossa tecnologia e nossas idéias fantásticas.

Tudo bem que os nerds também inventaram o Windows, mas entendam isso como uma vingança pelas vezes que vocês, comuns, nos jogaram dentro da lata do lixo!

06 outubro 2006

SONHO DE CONSUMO

Minha namorada não aguentou mais uma vez e leu todos os spoilers de lost, o que incluía um roteiro inteiro do primeiro episódio da terceira temporada. Eu reprovei muito o comportamento do meu cônjuje.

Não entendo essa ansiedade que as pessoas têm de saber de muitas coisas, principalmente coisas que vão diminuir o prazer delas depois. Também não entendo as pessoas que namoram catálogos de coisas mais caras do que podem pagar. Sou do tipo que não dá a menor bola para o que está além dos meus horizontes de consumo. Não quero dirigir o carro dos meus sonhos mesmo porque eu nem me permito procurar descobrir qual é o carro dos meus sonhos. Eu nem sequer sonho com carros! Acho que o carro ideal pra mim precisa voar e ter uma porta que abre pra cima. E isso, meus amigos, ninguém nesse planeta pode pagar. Acho meu carro o máximo, ele me leva do ponto A ao ponto B e me protege da chuva.

Outro dos meus sonhos impossíveis é poder desligar e ligar minha libido de acordo com a conveniência. Imagine andar na rua e nem a mulher mais linda e gostosona do planeta ter qualquer efeito sobre você? A monogamia seria incrivelmente menos dolorosa. Eu poderia estar cercado de playmates nuas se esfregando em mim sem a menor vontade de fazer nada além de pedir: "com licensa, moças, me deixem passar, por favor".

Enfim, veja o tanto que é melhor ter sonhos impossíveis, você não se sente mal porque alguém tem algo que você nunca vai poder ter porque ninguém tem mesmo! E pelo que eu saiba, ninguém sofre de inveja do super-homem ou do homem-aranha e tampouco fica deprimido por não ter uma espaçonave que vira robô!

05 outubro 2006

PARA TRÁS OU EU ESTOURO SEUS MIOLOS!

Hoje eu tenho a minha primeira sessão de terapia. Lembram? Quando eu disse que não podia agüentar a abstinência alcoólica sem ajuda de profissionais qualificados? Pois é, eu estava falando sério!

Uma coisa que me deixou muito encabulado foi que quando eu pensei pela primeira vez em escrever aqui sobre estar voltando à terapia, eu acabei desistindo da idéia. Por um momento me pareceu que eu, psicólogo formado, estava com vergonha de falar para os outros que eu precisava de ajuda. Uma coisa era eu ter medo da reação dos outros quando eu fiz minha primeira terapia em 97, outra é eu ter esse medo agora, em plena vida "adulta". Em 97 eu tinha medo das pessoas acharem que eu era esquisito demais. Acabei aprendendo na terapia que eu era esquisto mesmo, mas que isso não necessariamente era uma coisa ruim.

Eu sou um canceriano chorão, como todo mundo do meu signo, a diferença é que eu acredito que acima de tudo é importante manter a pose antes que alguém comece a achar que eu sou um desses viadinhos zen que andam descalços na rua de bata, do tipo que se via aos montes na faculdade de psicologia.

O lance é que às vezes manter a pose gasta muita energia. Tomara que manter a pose queime calorias pelo menos!

04 outubro 2006

PETRÓLEO

Ontem e hoje choveu um bocado e parece que a temporada de formigas finalmente chegou. Eu sei disso porque hoje eu exterminei milhares delas no meu quintal com um vidro de álcool e três fósforos. Alguns podem pensar que isso seja crueldade, mas eu estou apenas protegendo meu habitat natural: a minha casa. Tá, eu sei, minha casa não é um habitat natural, eu sou o bicho-homem, sou mau, conquistei a terra escravizei os animais, tudo isso é verdade, mas por outro lado, quem foi que criou a gente? A natureza, é claro! Se a natureza criou um predador mortífero que constrói suas colônias ao custo da destruição de outras espécies ou mesmo ecossistemas inteiros, ela deveria ter pensado melhor antes de transformar os símios primitivos em bailarinas, professores e gerentes de recursos-humanos! Meu ponto é que nem tudo o que é natural é necessariamente bom, veja o sanduíche natural, por exemplo, ele pode te dar uma senhora caganeira de salmonela se a pessoa que te vendeu não tiver o cuidado de conservá-lo do calor. Tente inalar meio litro de gás natural pra ver o que acontece!

Para mim a natureza simplesmente não tem propósito, é o caos, as reações em cadeia, um eco do big-bang. Demos sorte até agora, mas nem sempre ela vai estar do nosso lado. Um exemplo disso são os dinossauros: eles viviam felizes e contentes quando, de repente, BUM! Veio um meteoro e transformou todo mundo em petróleo.

É isso, queridos leitores, nós somos o petróleo do amanhã!

COMPARANDO

Manter um blog constantemente atualizado tem algumas coisas em comum com manter um regime. Eu sei disso, pois depois de amanhã, estarei completando 3 meses de regime, e meus amigos, eu posso afirmar que a maioria dos gordos não chega nem perto disso.

Quando você começa a fazer regime, a primeira preocupação que tem é como reagir ao estímulo da comida de uma forma diferente da corriqueira, ou seja, injerindo-a. Costuma dar um trabalhão. Tem gente que escova os dentes muitas vezes ao dia para que o gosto da pasta de dentes os faça perder o apetite, tem gente que sai de casa na hora do almoço pra sequer ter que sentir o cheiro da comida. Enfim, existem mil formas de se esquivar do objeto de tentação, mas uma coisa é sempre clara: o objetivo final é não comer.

Escrever um blog tem a ver com uma dieta no que diz respeito à força de vontade. Você tem que desprender um certo tanto da sua energia pra poder escrever alguma coisa todo dia. A diferença dessa força de vontade pra aquela que se precisa em um regime é que no blog não se tem uma coisa clara como objetivo. Você sabe que precisa de um texto, mas como será esse texto cabe apenas àquela variável fujona que chamamos criatividade.

Eu emagreci mais de dez quilos nesses três meses, não é possível que eu não vou conseguir escrever um texto todos os dias! Eu juro, meus amigos, esse blog, um dia, será magro!!

02 outubro 2006

NAVEGAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO

Minha mãe me perguntou outro dia o porquê de eu estar fazendo sopa pra comer ao invés de comer a que ela havia preparado. Expliquei pra ela que a grande questão era a precisão. Na minha sopa, eu gasto 25 gramas de fubá (90 calorias), 50 gramas de proteína de soja (141 calorias) e dois tabletes de caldo de carne (50 calorias), o que totalizam duzentas e oitenta e uma quilo-calorias. Na sopa da minha mãe, o máximo que eu posso fazer é estimar, e eu sou muito obsessivo-compulsivo pra confiar minha forma física a meras estimativas.

O que eu queria mesmo era controlar tudo. Ter informações precisas e detalhadas sobre todos os meus domíniso, eu queria mesmo é ser rei!

"Navegar é preciso, viver não é preciso."

Falando nisso, eu demorei muitos anos pra entender essa frase que eu aprendi na escola quando ensinaram sobre as grandes navegações. Na época pensei comigo "Nossa, os portugueses são mesmo burros como dizem, nem pra fazer a porcaria de um slogan eles servem", tudo isso porque imaginava que preciso significava necessário. Só muitos anos depois entendi que o termo em questão significava exato e não necessário e que o tapado na verdade era eu e não a pobre nação portuguesa.

Sempre fui tremendamente encabulado com as porcarias que eles ensinam na escola. Nunca esqueci que a explicação da diferença entre capitalismo e socialismo era que capitalismo se caracteriza por uma economia de mercado enquanto socialismo, por uma economia planificada. Eu escrevia na prova, a professora dava um C de vermelho como sinal para "certo", mas para mim aquilo não explicava patavinas. O que diabos era uma economia de mercado? Planificada então, piorou. Pra mim mercado era o Supermercado Mac que ficava a alguns quarteirões da minha casa e economia significava não gastar a minha mesada toda no dia que eu a recebia. Mas todo aquele papo da escola era muito distante da minha realidade de criança e eu preferia não perguntar mais nada. Afinal de contas, aquilo lá não tinha nada a ver com os meus reais objetivos de construir uma armadura de papelão parecida com a do a do Jaspion.

Até hoje eu tenho saudades da minha armadura de papelão.

HUMANOS vs MUTANTES

Quando fui numa dentista especialista em dor em Goiânia fazer uns testes, ela me disse que eu tenho uma excelente abertura de boca. Sim, isso mesmo, ela disse que eu posso abrir a boca mais que a maioria das pessoas. É muito bom saber que a gente é melhor que os outros em alguma coisa, só que... abrir a boca? Pra que diabos isso serve? Talvez eu poderia ganhar um daqueles campeonatos de comida que existem nos EstadosUnidos, aqueles em que ganha quem comer mais cachorros-quentes num determinado tempo. O problema é que esse é um péssimo "esporte" pra quem está de regime pra emagrecer.

Falando nisso eu também me lembro de outra mutação genética minha, quando arranquei meus cisos, o dentista viu que um deles tinha três raízes em vez de duas (ou quatro, sei lá). Ele disse que se tratava de uma ocorrência extremamente rara na odontologia. Fiquei meio que na mesma.

Se eu estudasse na escola para jovens superdotados do professor Xavier, com certeza eu viveria de recuperação.

01 outubro 2006

O DIÁRIO DA GORDURA

Acho que nunca comentei aqui, mas eu anoto tudo o que eu como num caderno que apelidei de Diário da Gordura. Pego cinco folhas de papel sulfite A4, dobro e grampeio no meio igual um gibi da turma da mônica, com a diferença que em vez de quadrinhos gerados por um algorítimo de computador que combina imagens e textos, o conteúdo é a minha dieta diária.

Anoto a hora, a refeição, o conteúdo da refeição e em seguida a quantidade de calorias. Hoje, é o 85.° dia de dieta. Estava comendo uma média de 1300 calorias por dia. Essa média caiu pra 1200. Minha meta atual é baixá-la pra 1000. Parece pouco, mas eu me espantei esses dias em descobrir que se você é muito gordo e vai pra um SPA, o limite de calorias pra você será de 300 por dia, que é mais ou menos o que eu como no meu almoço.

A questão maior é: eu não acho que vocês queiram saber sobre a minha dieta.

Como vocês podem ver, hoje eu não tenho muito o que falar. Eu poderia falar sobre a eleição de hoje, mas já comentei sobre processo democrático anteriormente.

A questão é que esses dias eu falei pra um amigo meu que alegou uma crise criativa que o melhor jeito da gente produzir melhor é produzir sempre. Tipo, se você não tem uma coisa bacana pra dizer, diga qualquer coisa. Penso que a crise criativa é como uma prisão de ventre: Você fica muito tempo sem produzir nada e aquele material criativo não expelido forma um bolo que endurece bloqueando o seu ânus criativo e impedindo que o resto do material consiga passar. Sendo assim, isso passa a criar um ciclo vicioso que torna o bolo fecal criativo cada vez maior tornando você cada vez mais parecido com uma pessoa comum que vê o faustão no domingo e torce pro time do coração.
SANTO REMÉDIO

Comecei a ouvir a rádio DIGITALLY IMPORTED do shoutcast, as rádios do winamp. Essa rádio só toca música ambiente eletrônica, que é tão lenta, mas tão lenta, que quando você pensa que a música acabou, eles tocam outra nota. Definitivamente essa é a cura pra insônia, porque todos os dias em que eu fiz isso, dormi bem mais que a média de horas de sono que eu costumo dormir por noite. É impressionante, enquanto o negócio tá correndo, parece que eu estou em uma espécie de trase hipnótico. Eu recomendo pra quem quer que tenha dificuldades pra dormir.

28 setembro 2006

DEMOCRACIA DE FINAL DE SEMANA

Esse fim de semana é a eleição e eu ainda não sei em quem eu vou votar pra deputado estadual. Minha namorada, que é cientista política, disse que isso não é lá muito importante (cuidado com o que você diz, meu amor, pode acabar na imprensa), ainda assim quero ter o cuidado de não votar em ninguém que eu considere um idiota completo. Não quero votar em nenhum comunista que tenha sobrevivido dos filmes de ação da década de oitenta, prefiro pensar que o Rambo acabou com todos eles. Também não quero votar em ninguém que seja muito empolgado em defender a moral e os bons costumes. Pastor evangélico? Piorou!

Meu candidato ideal é um cara bacana, que apoia a união civil entre homossexuais, a legalização do aborto, da eutanásia e tudo mais, mesmo que um deputado estadual não tenha, exatamente, influência nesse tipo de decisão. Acontece que quando eu, eventualmente, resolvo dar uma olhada na TV Câmara e vejo um caipira qualquer de terno falando alguma besteira, preciso ter certeza de que não votei nele. É porque quando eu vejo que existe uma pessoa desse tipo, eu ao menos tenho a segurança de saber que eu não colaborei em nada para a existência dela, se dependesse de mim, meus guardas a pegariam e a espancariam até a morte. Imagina só saber que eu sustento um desses com os meus impostos! Calamidade! Calamidade!

E a gente nunca lembra em quem votou pra esses cargos menores.

Enfim, meu conselho pra vocês é pra votarem com consciência! E pra não votarem nulo, já que tem bastante idiotas dessa vez que dependem de você (pessoa inteligente, já que lê esse blog) para NÃO subirem ao poder de novo! Só lembrem de votar em quem vocês acharem o melhor DESDE QUE não sejam comunistas, pastores evangélicos, moralistas, etc, etc, etc.

ONDE ESTÁ AQUELA PORCARIA DO INFERNO?!

Estou vivendo o inferno da burocracia que é fazer um inventário. O inventário é o documento que você precisa fazer sempre que alguém morre pra passar as coisas para os devidos herdiros. Hoje, estou passando por um detalhe especialmente infernal.

Depois de passar horas em cima dos documentos do meu falecido pai e não encontrar a porcaria do recibo do carro eu estou me sentindo um pedaço de lixo. Não, não estou me culpando por não procurar direito ou qualquer coisa, eu simplesmente procurei em toda parte, mas o maldito papel não existe. Vou precisar do maldito papel infernal pra passar o meu carro pro meu nome para que o meu carro passe a ser o meu carro.

Tudo bem, não dá pra ficar bravo com o fato de que a lei brasileira não aceite tão bem quanto meus amigos aceitam que o meu carro é o meu carro, mas agora eu fico, sim, muito possesso com o detalhe de que eu tenho a nota fiscal da compra do carro do meu pai - um pedaço de papel aceito pela lei brasileira atestando que ele, e ninguém mais comprou o carro em um determinado lugar; tenho também a documentação do carro (aquela que o guarda pede) - outro pedaço de papel, aceito pela lei brasileira, atestando que ele, e ninguém mais, era o dono do carro. Caralho! Esse povo tá realmente curtindo com a minha cara.

Tudo isso me faz lembrar como nada me deixa mais frustrado e revoltado que não encontrar alguma coisa. Mesmo sabendo que não fui eu que perdi, a frustração é violenta. Eu armo o maior barraco. Grito, choro, quebro as coisas, igualzinho nas novelas da globo.

- Eu não acredito que Rogério-Rodrigo me trocou por aquela lambisgóia!

oh bollocks!

25 setembro 2006

EXISTENCIALISMO NO CHUVEIRO

Se uma árvore cai no meio da floresta sem ninguém jamais ter visto, ela realmente caiu? Mas se ninguém viu, como diabos é que eu estou falando isso? Estaria eu mentindo?

Não, agora é sério. Lembrei desse detestável clichê de rodas de dinâmica de grupo pra trazer à tona um assunto que muito me intriga. O banho aos domingos.

J. L. Moreno dizia que todo papel que o ser humano exerce é um papel social que conta com um contra-papel. Ou seja, se você é policial, você só o é por existir um ladrão; se é um pai, é porque tem um filho, se você é um compositor de hinos nacionais (como eu) é porque existem estados organizados. É aquela velha história, só sabemos que existe um dia porque existe uma noite e blá, blá, blá...

Se você é um "tomador de banhos", é porque, naturalmente, existem "avalistas de tomadores de banhos" ou "cheiradores de pessoas", enfim, chame do que quiser. Mas a idéia é, se você está sozinho numa floresta sem ninguém pra te ver, você precisa MESMO tomar banho? Ainda mais se for domingo?

23 setembro 2006

TEMPO PARCIALMENTE NUBLADO COM CHUVAS ESPARSAS

Hoje eu acordei deprê. Tudo o que eu queria era assistir um filme com a minha namorada debaixo de um cobertor. Acontece que a minha namorada está em outra cidade fazendo prova de auto-escola, meu winamp começou a dar pau na hora de tocar vídeos e está quente demais pra entrar debaixo de um cobertor. Aprendi na faculdade que as pessoas deprimidas ficam muito exigentes quanto aos seus requisitos para ficarem felizes. Enfim, pro diabo!

Ontem em Pirenópolis eu encontrei com uma porção de amigos, mas na horada de falar com eles tinha a clara impressão de estar tentando decolar com um boeing 737 numa pista de 50 metros. Minha energia não bastava pra eu sair do meu pequeno casulo pessoal. Também encontrei outros amigos que eu não via a milhares de anos, uns colegas da faculdade que nunca tinham me visto de cabelo grande. Interessante. Interessante é a palavra, algo como ver uma espécie de gnu de hábitos incomuns no Animal Planet, mas nada além disso. Encontrar amigos que você não vê a várias eras geológicas é assim. Você se empolga violentamente por meio segundo e depois cai na real de saber que não tem praticamente nada pra dizer pra aquela pessoa. Daí você vive um luto relâmpago de "é isso?", "acabou?", "todos aqueles momentos felizes?". Mas enfim, vocês, velhos amigos, foram fantásticos, espero que algum dia nos matriculemos em algum curso de dança de salão juntos para voltarmos a ter algum assunto em comum.

- Nossa, eu achei o foxtrot bem mais difícil que a valsa, você não achou não?

- Ah, pra mim foi tudo basicamente a mesma coisa, mas o tango...

Agora o show...

Não vou falar uma palavra do show. Gosto não se discute. Digamos que minha opinião sobre o show foi PLOFT. Cada um de vocês vai encontrar dentro de seus corações o significado pra PLOFT que mais os satisfaça.

PLOFT!
ULTRASSONOGRAFIA

É, gente, como eu disse certa vez em uma de minhas canções: "uns gostam de carne, outros gostam de frango".

22 setembro 2006

VOCÊS TÊM O DIREITO DE PERMANECEREM CALADOS

Estou a poucos minutos de dar certeza pro meu amigo se eu vou mesmo pra Pirenópolis com ele pro tal do Canto da Primavera (TM).

Descobri agora pouco que o show da noite vai ser o do Nando Reis. Céus, isso torna tudo mais difícil. Suportar o Nando Reis E a abstinência alcoólica em nome da companhia dos meus amigos praticamente os deixa responsáveis por dar o melhor de si pra fazer dessa noite a melhor noite da minha vida.

Quando eu ouço esse pessoal do rock brazuca oitentista fazendo músicas hoje em dia, eu sempre tenho a impressão que o processo criativo foi duro e travado, do tipo "caramba, cara, nós precisamos fazer DEZ MÚSICAS! Tá no contrato, TOCA ALGUMA COISA AÍ, PORRA!".

Não sei o que é pior, os Titãs na idade contemporânea (metade da década de noventa pra frente) ou os Titãs em carreira solo. Na verdade a resposta pra isso é que tudo é uma bosta, só que cada um a seu modo. O Arnaldo Antunes já perdeu totalmente o rumo de casa com suas livres assossiações de palavras pra fazer músicas. Mas confesso que ele é um marqueteiro genial em descobrir que poesia concreta é uma ótima maneira de fazer as pessoas mais burras que você acreditar que estão ouvindo algo inteligente.

O Nando Reis... Ai, meu Deus, aquelas músicas moles, com aquele violãozinho hippie eu até conseguiria, com um relativo esforço, fingir que não tem nada tocando, mas quando ele resolveu trazer aqueles hare krishnas pro estúdio pra encher o buraco do refrão eu me senti, de fato, compelido a ligar pro manicômio! Aquilo é muito feio, muito muito feio! Menino mau! Já pro quarto pensar no que você fez!!

Não adianta, pessoal, vocês estão velhos, ultrapassados, vocês são um bando de tios da sukita, então vamos tornar isso mais fácil pra todo mundo, larguem os instrumentos e saiam com as mãos para cima!
FRASE PRA PENSAR EM CASA

Um palhaço nada mais é que um hippie colorido artificialmente.

21 setembro 2006

DIVAGAÇÃO CHATA - NÃO LEIAM!

Pois é, pessoal, mais um fim de semana se aproximando e o papo é sempre o mesmo pro meu lado: "e então, Francis, e o fim de semana?", tipo, meus amigos do grupo A estão empolgados com o Canto da Primavera em Pirenópolis, meus amigos do grupo B vão no Vaca Amarela em Goiânia. Eles estão felizes, animados, dando pulos porque a vão deixar seus patrões e professores pra fazer aquela coisinha que eu não posso mais fazer até caírem no chão. O que dizer? devo eu esconder o amarelo do meu sorriso de "e daí?" e fingir que eu estou super empolgado pra quaisquer das atividades disponíveis no meu éfe dê ésse que tanto promete ou falar a verdade? Devo dizer pra eles que a vida agora é um filme em preto e branco pois você nunca pode se divertir o suficiente sem uma devida dose de álcool? Bom, a verdade é que todo mundo sempre disse que eu sou um péssimo ator no teatro do dia-a-dia e todo mundo sempre sabe quando eu não to legal com alguma coisa.

Como sempre, a escolha é uma réles ilusão.

Mas será verdade? Será que a vida sem álcool é mesmo só uma sombra de tudo que há de divertido nos momentos embreagados da vida?

Será que a vida acabou pra mim?

Bom, mas suicídio não faz mais o meu gênero, minha época de gótico passou a muito tempo, hoje eu sou estiloso e charmosão e tenho alternativas mais supermodernas...

...quem sabe virar um supervilão e derreter as calotas polares da terra afogando todo mundo que, ao contrário de mim, pode beber! Só que dessa vez, na água que passarinho BEBE!

mwa HA HA HA HAAAAAA

hum....

...pássaros não bebem água salgada. Droga!

20 setembro 2006

APOLOGIA AO SUICÍDIO

Já pararam pra pensar que, apesar do controle de natalidade chinês, lá provavelmente nasce um pirralho a cada cinco segundos?

Eu estava me lembrando de um troço que um amigo meu me mostrou falando de como o maior problema da raça humana é o fato da gente morrer pouco. Sim, parece estranho, mas pensem bem, a natureza tem um grande controle quanto a mortalidade de todas as outras espécies, menos da nossa, homo sapiens. Quando acaba a comida em algum lugar selvagem, a população de Ursos-Coruja da Polinésia (ou qualquer outro bicho que vocês consigam imaginar) eles simplesmente morrem. Agora pensa no homem. Quando a comida do Homo sapiens acaba, ele simplesmente vai ao supermercado e compra mais. Até se Homo sapiens estiver sem grana, ele ainda pode parcelar no cartão, comer no Restaurante Cidadão ou mesmo na sopa beneficente que a minha mãe faz às segundas. Tipo, nem que o animal em questão tenha que revirar o lixo, sempre tem alguma coisa pra mantê-lo vivo. Tipo, todo mundo acha isso lindo, mas não é! É uma calamidade de proporções monstruosas! A gente vai fazendo as plantaçõezinhas aqui e ali, um latifúndio aqui e ali, criamos gado de todo tipo, de todos os jeitos e quando vê, acabou o planeta! Oh meu Deus! E agora? Não tem mais lugar! Rápido, precisamos colonizar Marte!

Não duvido nada que no futuro a gente saia por aí exterminando populações inocentes de eventuais planetas no cosmos pra fazer plantações e criar gado. E eu aposto que nem sequer teremos a decência de perguntar se as vacas se importam de viajar pelo universo!

MÉR MÊNS

Conversando com a minha vizinha pelo messenger eis que a mesma me recorda de um fato perdido nas memórias da minha (traumática) adolescência: Eu gosto de Marily Manson. Resolvi baixar algumas músicas e por o meu anticristo interior pra sambar.

Vocês já perceberam que todos os integrantes do conjunto musical em questão tem o primeiro nome de uma gostosona das antigas e o sobrenome de um serial killer? Pois é, Marilyn Manson, Twiggy Ramirez, Madonna Wayne Gacy... daí eu fiquei pensando, , imagina a versão brazuca disso...

...Hebe Picadinho?

Não é a toa que eu detesto rock nacional!

AONDE FOI PARAR A MINHA SENHORIA?

Esses dias eu resolvi tirar a poeira do meu diploma de psicólogo e trabalhar. Ou pelo menos tentar trabalhar, já que arrumar clientes não é brincadeira. Lá fui eu me aventurar por Goiânia rumo à sede do glorioso CRP (Cê Erre Pê). Tudo normal, documentos, taxa de cento e setenta e cinco mangos, diploma, ok. A surpresa foi na hora de perguntar quando a carteirinha em questão ficaria pronta. "Bom, meu senhor, você tem que entrar periodicamente no site pra confirmar a data da cerimônia de entrega da carteira profissional de psicólogo".

Na hora, por alguma razão, a imagem de bailarinas de oito anos dançando me veio à cabeça

Acho que não consegui disfarçar a cara de espanto. Não, não disfarcei, nem mesmo tentei. A verdade foi que soltei uma risada na mesma hora. Tipo, como assim CERIMÔNIA DE ENTREGA DA CARTEIRA? Logo pensei que isso só poderia ter sido idéia de algum advogado. Aliás, se o mundo fosse governado por advogados haveria cerimônia de entrega até de compras de supermercado. É impressionante como uma classe pode ser assim tão arcaica por natureza. A tal da linguagem jurídica com toda aquela pompa sempre me deixa bestificado. Mas eu até os admiro por saber distinguir a hora de se usar "Vossa Excelência" e "Vossa Senhoria".
NU FRONTAL

"Minha vida é um filme" não só seria um tremendo de um clichê como também seria uma mentira deslavada. Minha vida não é um filme. Hum... Talvez um filme de arte. Bom, mas eu odeio filmes de arte, tipo, não preciso fingir que sou inteligente, prefiro fingir que sou bonito, pois se as pessoas se decepcionarem com a minha aparência, pelo menos elas farão um grande esforço para achar inteligência nas coisas que eu falo.

A questão é: eu realmente gostaria que a minha vida fosse um filme, e um filme de Hollywood! De preferência algo entre Superman e Indiana Jones (inclusive o tema de Indy é o toque do meu celular). Sabe, eu fui criado por um norte-americano, acho que ficou um pouco daquela idéia de eu ter que ser o melhor. Meu pai queria que eu fosse bom nos esportes, mas já decepcionei ele desde cedo. Acabou que eu fiquei com a sensação que eu precisava chamar atenção, precisava entrar "pondo moral". Ser qualquer um não é pra mim. Acontece que o caminho para o heroísmo, e mais especificamente para o super heroísmo é bem complicado. Quando você tenta ser super em alguma coisa e tropeça, acaba sendo super ridículo. Bom, mas esse sou eu, não tenho alternativa. Acho que para os momentos em que minha vida não é um filme de ação, minha vida acaba sendo sem graça, bem como o título desse negócio, como um filme pornô sem sexo.

Isso me faz lembrar que uma das metas da minha vida era ficar bem pelado.

Eu não fico muito bem.