16 julho 2008

SOBRE A LEI SECA

O Brasil que não bebe anda comemorando as conseqüências da lei seca enquanto o Brasil que bebe está injuriado pela maior invasão de privacidade por parte do governo nos últimos anos. Toda hora vemos um telejornal da imprensa governista dizendo o quanto nós estamos salvando vidas graças à nova lei.

Duro, heim? Como contestar a preservação da vida? Meu Deus! Como éramos monstros colocando toda essa gente em perigo!

Eu digo que temos o direito, não só de beber, mas de dirigir depois de beber, atropelar as pessoas e de dar marcha-ré depois e atropelar de novo para que elas não se metam a bestas outra vez!

Vivemos em um país recordista em desigualdade social aonde sofremos pressões imensas todos os dias em troca de salários injustos que garantem pouco mais que nossa sobrevivência. Beber é um dos únicos prazeres de muitos brasileiros que, com muita dificuldade, vão levando a vida nessas condições.

Agora a lei diz que esse pequeno prazer é um crime.

Na Grécia antiga a embreaguez tinha até sua própria divindade e os filósofos divagavam acerca de como o beber era uma parte importantíssima na vida e no equilíbrio humano.

Os gregos...

Nós somos Brasileiros, estamos aqui a pouco mais de quinhentos anos, mal somos civilizados, somos analfabetos funcionais e não conseguimos pensar em nada além de futebol e sexo: nós não temos a menor moral pra contestar um povo deu base a toda a cultura ocidental! Embriagar-se é natural, é como respirar ou comer.

Quando a AIDS surgiu, alguém cogitou proibir o sexo?

É como se o governo de repente lançasse uma lei obrigando todo cidadão a ficar amarrado na cama o dia inteiro: o índice de acidentes de trânsito iria cair, a criminalidade iria cair, tudo iria cair. O governo proibe as coisas e os problemas acabam?! Genial! Como não pensamos nisso antes?!

O fato é que nós pensamos, a quarenta anos atrás, e o nome pra era "ditadura militar".

5 comentários:

lucy_in_the_earth_with_rocks disse...

O fato é que os gregos, de uma maneira geral, andavam mais a pé. Né? Eles podiam realmente celebrar a vida porque podiam se jogar em qualquer beira. Mas isso não quer dizer que eu concorde com essa lei maldita nunca na vida. Essa lei não só não veio a calhar como prejudica minhas caronas me obrigando a ser um grego que se joga em qualquer beira e espera o primeiro ônibus. E deixando de ser um pouco cretina e olhando a situação com maior amplitude que não a do meu umbigo, uma coisa leva a outra. O que isso quer dizer? Que Brasil é o país do jeitinho, do acochambramento. Até se descobrir uma maneira de burlar bafômetros, a ridicularidade prossegue. No dia que todo mundo descobrir que banana é a solução de todos os problemas ou ainda optar em uníssono pela grande glória da ilicitude apostando sua vida no suposto jargão do sustentar o tráfico, aí eu quero ver. Quando todo mundo estiver passeando pelas ruas com seu "deizin" no bolso aguardado a melhor hora de se distrair de alguma forma das bosteiras da vida. A fuga e a distração são necessárias na porra de uma vida de um ser humano e não sendo álcool uma forma legalizada de nos permitir isso, outras formas virão. Sempre se dá um jeito! O que não exclui exatamente todo perhaps dessa lei absurda. São só conjecturas...

[balbie madeleine] disse...

Acho terrivelmente válido atropelar, dar marcha ré e passar por cima de novo...
^^

Thiago Pitaluga disse...

muito bem pensado... blog massa o seu Francis... e Viva La Revolta...
abraçosss

Ciba disse...

Eu digo um viva pros gregos!

Ulisses Henrique disse...

Se o Bush já é uma prova que os cancerianos não podem ter cargos importantes no governo vc é a confirmação meu amigo...

Carpe Diem